quarta-feira, 30 de julho de 2008

o que realmente faz...

Depois de assistir ao filme "O homem que copiava" e de ver um taxista se denominar empresário do ramo de transportes, decidi fazer esse post nada sério.
Não se sintam ofendidos, é apenas uma forma de descontrair.

O que o é (ou faz) realmente quem é formado em engenharia...

Ambiental
- é ambientalista
de Pesca
- é pescador (duhh)
Mecânica
- conserta carro
Agronômica (o nome é esse mesmo? achei na wikipédia)
- planta milho
de Alimentos
- come e diz se a comida é boa ou não
Civil
- é pedreiro (a)
de Minas
- trabalham apenas em guerras, ativando e desativando minas
de Plásticos
- trabalham no INMETRO testando os sacos de supermercado
Sanitária
- limpa banheiros públicos
de Tecidos
- é costureiro (a)
de Segurança
- é segurança de pessoas famosas

Eu vi o nome de um monte de engenharia, mas não consegui pensar em nada.
Então... tem mais alguma engenharia pra adicionar aí? Nos comentários, por favor.

Ficou fraco o post. Prometo TENTAR melhorar no próximo.

Semana que vem começam as aulas, ou seja, (provavelmente) muita coisa pra postar.
Abraços aos que ainda acessam o site.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Ajuda

Estou precisando da ajuda de pessoas criativas pra me ajudar a escrever um post.
Se você é criativo(a) e está a fim de ajudar, me adicione no msn/orkut.

Não vou criar o tópico com a ajuda de todos, até mesmo porque depois não terá mais graça nenhuma postar aqui o que for escrito, então... se quiser apenas saber o conteúdo do post, nem adicione.

MSN: eng.engenheiro@gmail.com
Orkut: Perfil do Engenheiro!

identidade secreta

Há um tempo atrás, quando eu lia o kibeloco eu ficava pensando: "como deve ser escrever um blog desses e quase ninguém saber quem você é?".

Comecei a ler outros blogs em que os autores se identificavam por apelidos e sempre fiquei intrigado com isso.

Comecei a escrever esse blog e fui na mesma onda, me identificando por Engenheiro!. Escrevendo esse blog descobri a importância de ter uma "identidade secreta".
Você pode escrever o que quiser e vai sempre ouvir a opinião real de seus amigos/colegas. Se você não se identificar pra eles, quando o assunto do blog surgir não vai ser pra te pedir pra postar alguma coisa ou pra adicionar um blog como favorito, vai ser pra fazer um comentário positivo ou negativo a respeito do blog. E esse comentário será sincero.

Eu já ouvi de colegas de faculdade comentários bons e ruins a respeito do blog. E me senti orgulhoso ao ouvi-los, pois eram opiniões sinceras. Ninguém calou a boca ou mudou de assunto quando eu cheguei no ambiente. Continuaram com o mesmo assunto.

Quando eu indico algum texto do blog que escrevi pra alguém eu me sinto o próprio homem aranha vendendo suas fotos pro jornal.

Nada a ver, né?! E daí? haha
Tô malucão hojeee. (não, eu não fumei nada)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

que curso/faculdade?

Eu tô devendo alguns textos bons aqui. Tô escrevendo muita besteira, mas é porque eu estou de férias. Daqui a uma ou duas semanas começam as aulas (nem sei ainda, vou procurar saber) e então eu (acho que) vou ter o que escrever aqui.
Hoje vai um comentário sobre o e-mail que recebi.

Recebi o e-mail de um leitor me pedindo uma opinião sobre qual faculdade escolher dentre duas:
Uma fica perto da casa dele, mas não tem o curso que quer (eng. mecânica), mas tem engenharia metalúrgica, que ele também curte.
E a outra que fica longe, e tem eng. mecânica.

Como dito na resposta já enviada por e-mail, acho que fazer um curso que não deseja fazer apenas por comodidade é burrice.
Eu sei que estudar longe de casa pode trazer alguns problemas, até mesmo no rendimento, porque se você chega em casa cansado da "viajem", você quer logo dormir ou sei lá o que, então não estuda. Mas a pessoa tem de se esforçar pra ter o que quer na vida. Não basta ficar sentado esperando as coisas acontecerem. Se for assim é melhor jogar logo na mega-sena. Só se levanta do sofá duas vezes por semana pra ir à casa lotérica apostar, ou então faz pela internet mesmo.

Se você deseja fazer um curso não faça outro por comodidade, porque seus pais acham que é melhor ou porque alguém de sua família já é formado na área e pode conseguir um emprego bom pra você. Faça o que você achar melhor e que lhe fará mais feliz. Não vou ser hipócrita e dizer que não é pra pensar no dinheiro. Pense no dinheiro, SIM! Mas também leve em consideração o que você gosta de fazer. Tente chegar a uma boa relação prazer/dinheiro.

A engenharia que eu faço eu decidi na hora da inscrição pro vestibular. Mas é uma coisa que gosto e vou ser um cara feliz trabalhando na área.

Sei lá, cansei.
Espero que tenham entendido a idéia que eu quis passar.
Abraços

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quem?

Esse tópico sai um pouco da engenharia, mas é mais pra demonstrar minha indignação.

Há algumas semanas eu não aguentava mais ver na televisão o caso da menina Isabella. Tinha horas que na tv aberta TODOS os canais estavam falando do assunto ao mesmo tempo. Deus salve a tv a cabo!

Atualmente eu não aguento mais ver a tal da mulher melancia e outras "mulheres fruta".
Quem é, de onde veio, pra onde vai e o que fez de notável a mulher melancia?
O que vou falar aqui eu já falei com diversas pessoas. Sempre que surge o assunto e eu dou a minha opinião acontece o seguinte: a grande maioria dos homens só fazem dizer que sou gay e as mulheres quase sempre ficam caladas ou rindo.

Porra, a mulher não faz nada da vida, apenas tem a bunda grande. Pousou na playboy e ta aí, milionária. Sinceramente, eu nunca tive nem a curiosidade de ver a revista. Já recebi e-mail, colegas já perguntaram e comentaram, mas eu nunca vi. Dia desses a mulher apareceu na tv e mostraram um show dela (se é que aquilo é show). Ela é tipo uma stripper que não tira a roupa. Fica rebolando em cima do palco, junto de um monte de marmanjo que sonha em ter uma simples transa com ela (mas que nunca vão conseguir) e que ficam tirando fotos com a camera do celular.

Existem milhares de modelos pelo mundo, a grande maioria não estudou nada também e estão por aí, multimilionárias. Mas porra, essas daí pelo menos são bonitas e tem um corpo aceitável. A da bunda grande... é uma gorda feia, que tem a bunda durinha. Pronto.

Po... eu fico indignado porque eu tenho de ralar pra caralho pra conseguir um diploma, vou trabalhar feito um condenado e não vou conseguir juntar 1 milhão. Se eu conseguir juntar esse valor vai ser depois de tanto tempo de trabalho, mas tanto tempo, que eu já vou estar velho o suficiente pra não conseguir nem gastar. Vou ter de deixar para meus filhos e netos.


Nem venham com comentários do tipo "você é gay" ou "você é invejoso"
Gay eu não sou.
Inveja? Prefivo ver assim: vontade de conseguir honestamente o dinheiro que ela tem sem ter de ralar tanto. Quem aqui não gostaria de, em alguns meses, fazer um milhão de reais?

sábado, 12 de julho de 2008

Feliz dia do...

Engenheiro Florestal e Engenheiro Sanitarista.
O dia do Engenheiro Florestal é hoje, dia 12 de julho. E o dia do Engenheiro Sanitarista é amanhã, dia 13 de julho. Dia 14 de julho é dia do Engenheiro Aqüicultor*.

Mas pra eu não criar dois tópicos ou mais, aqui vai um post só com as datas importantes do mês.
Todo mês eu vou informando os "Dia do engenheiro" do mês (os que eu souber).

Parabéns aos engenheiros florestais, sanitaristas e aqüicultores.

(Eu não achei no google muitas informações sobre 'dia do engenheiro...', então quem tiver, manda pra mim)

Abraços

*Update em 13.07.2008
De acordo com informações passadas por nossa colaboradora mais ativa, Renata Izandra ;), dia 14 de julho é dia do Engenheiro Aqüicultor. (Eu nem sabia que essa engenharia existia)
Valeu aí, Renata.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

10 mil acessos!

Éééé
10 mil acessos. Não sei se foi ontem ou hoje. Ontem eu estava sem tempo, só fiz ligar o computador pra olhar os e-mails e decidi postar sobre aquele e-mail que recebi. Nem olhei o blog.
Só sei que chegamos a 10 x 10³ acessos depois de aproximadamente 2 meses e meio de existência do blog.
Nos primeiros dias eu ficava contente com alguns acessos. Quando chegou a 100 eu fiquei felizão.

Podem dizer que é 10 mil pouco. E eu sei que tem blogs que recebem o dobro disso em um dia, mas... FODA-SÊêê. O meu é escrito para um grupo restrito de pessoas: engenheiros, engenheiras, estudantes de ensino médio que farão engenharia e os que gostariam de ser engenheiros, mas não tem coragem o suficiente para isso =]

Antes desse blog eu tive um blog de humor. Em um ano e pouco de blog eu tinha só 2.600 acessos. hahaha Hoje ele não existe mais. Não por causa dos acessos, mas porque meus interesses mudaram e principalmente porque o tempo ficou curto.
Eu gostava do blog, independente dos acessos ou qualquer outra coisa. Me divertia postar, mesmo dando trabalho.

Acho que por hoje é só.
Abraços

Os sintomas da engenharia [02]

Aqui vai um post com mais sintomas. Pra quem não leu o primeiro, aqui o link.

A síndrome do virote:
Essa é foda também. Acontece principalmente nas vésperas de provas. Você começa a estudar desesperadamente, você precisa passar na matéria. Então estuda, estuda, estuda, anoitece, e você estudando, entra a madrugada, e você estudando, o dia quase amanhecendo, e você estudando; você se torna quase um zumbi.
Quando o dia começa a amanhacer você diz: "o dia já amanheceu e eu ainda não aprendi nada!". E toma uma das seguintes decisões: dorme ou se desespera mais ainda e continua a estudar.
Mas quem disse que dá pra dormir? Os números ficam lá, rodando na cabeça. Você começa a pensar em grego, de tantas variáveis representadas por letras gregas que viu.

É foda!

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Falar grego:
Outro dia meu pai tava trabalhando e eu entrei na sala pra falar com ele. Então vi um papel na mesa, com alguma coisa escrita. Eu olhei e não consegui ler. E fiquei olhando e pensando: "pô, a letra dele tá feia, hein". Aí cheguei mais perto, virei o papel... era uma fórmula, cheia dessas letras gregas. CARALHO! Mais parecia uma palavra.
Quantas letras gregas já vi nesse meu curto tempo de engenharia? Um monte.
Vamos contar: μ - miu, α - alfa, ρ - rô, λ - lambda, β - beta, θ - teta, Δ - delta, π - pi, φ - fi, κ - capa, τ - tau, γ - gama, ε - épsilon, σ - sigma, ω - omega. (contei 15!)
Só falta agora aprender a falar, porque o alfabeto... já sei quase todo. =]

(Grego também é foda. Deve ser uma das línguas mais difíceis pra aprender a falar)

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Cálculos mentais no elevador:
Hoje eu soube do caso de um cara que, toda vez que entra no elevador faz cálculos mentais, analisando o corpo de cada pessoa, supondo a massa de cada uma delas e somando, pra ver se ultrapassa ou não o limite suportado pelo elevador. Mesmo sabendo que o valor indicado pela plaquinha tem uma margem de segurança relativamente alta.
Eu acho que isso é coisa de MALUCO. Não é coisa de engenharia não. Se bem que quando eu era mais novo fazia isso. FAZIA!

Abraço

quinta-feira, 10 de julho de 2008

qual engenharia paga melhor?

Tô há alguns dias sem postar, mas aí vai mais um post.
Recebi esse e-mail e acho que vale a pena escrever sobre isso.

"quis são os tipos de engenharia que dão muito dinheiro? eu sou de ANGOLA e gostaria que vc me desse uma opinião................que tipo de engenharia vc acha que da muito dinheiro em Angola? olha antes de responder pense bem emmmmmmmmmm............"

Qual engenharia paga melhor? Po, isso depende do profissional. Pode-se dizer aquela que tem o maior salário inicial, mas daí pra frente depende do profissional.

Qualquer profissão dá muito dinheiro ao BOM profissional.

Como diz meu pai, você pode ser aquele cara que conserta tv, mas se você faz bem seu trabalho, conserta tudo direito e trabalha honestamente, seu nome vai ser comentado. E, consequentemente, você vai ganhar dinheiro.
"consertei minha tv na eletrônica daquele cara e até hoje ela funciona sem dar nenhum defeito".
Claro que não como alguém formado em engenharia por exemplo, mas vai ter uma grana relativamente boa para a profissão que escolher.

Como não sei muito do mercado angolano, falo do Brasil.
Aqui no Brasil eu vejo duas áreas crescendo muito. Engenharia química e engenharia de controle e automação (ou mecatrônica). Principalmente a química. Então acredito que venham a dar muito dinheiro.
Já soube de estágios de eng. química pagando cerca de R$1.200,00. ESTÁGIO!!

Então cabe a você, engenheiro, escolher a área em que se sente mais confortável para trabalhar. Não vale apenas pensar no salário que vai receber. Raramente alguém que entra pensando nisso se dá bem a não ser que mude o pensamento durante a faculdade.

Por enquanto é isso que tenho a dizer sobre o assunto.
Comentem.

Abraços a todos que ainda lêem esse blog.

domingo, 6 de julho de 2008

POR QUE É QUE A GENTE É ASSIM ?

Esse texto é um artigo escrito por Ênio Padilha (www.eniopadilha.com.br). Recebi por indicação no orkut. Ele é antigo (de 2002) e pode ser que muita gente aqui já tenha lido, mas acho que a grande maioria ainda não leu.
O texto é longo, mas acreditem, vale a pena ler.
E um pedido: se possível, enviem o link a seus professores e coordenadores de curso. É bom fazer com que os responsáveis pela nossa formação leiam também.

)()()( início do copy/cola )()()(

É na Escola de Engenharia que começa a ser destruída a nossa auto-estima. É na Escola de Engenharia que começa a ser forjado o nosso comportamento autodestrutivo, nosso desprezo pelos valores da própria profissão, nosso desgosto com a nossa própria atividade profissional. É na Escola de Engenharia que nasce a nossa falta de coragem empresarial e essa submissão inaceitável aos caprichos dos clientes.

Engenheiros, Médicos, Arquitetos, Advogados, Agrônomos, Dentistas...

Uma coisa leva à outra: toda vez que, numa conversa qualquer, o assunto “comportamento no mercado” vem à tona acabamos caindo nas inevitáveis comparações de engenheiros, arquitetos e agrônomos com médicos, dentistas e advogados...

Quando me perguntam o que eu acho disso (dessa comparação de profissionais tão diferentes) respondo sempre a mesma coisa: acho que essa comparação é JUSTÍSSIMA.

Se eu, engenheiro, por qualquer motivo, tiver de ser comparado com outros profissionais, acho muito justo que seja com médicos, com dentistas ou com advogados. Afinal temos muito mais coisas em comum do que diferenças. Somos todos prestadores de serviços. Nosso produto (nosso serviço) é altamente especializado e todas essas atividades demandam profissionais com capacidade intelectual diferenciada. Ninguém chega a ser médico, advogado, dentista, agrônomo, arquiteto ou engenheiro apenas por ter um belo par de olhos, uma voz doce, algum dinheiro no banco ou um padrinho influente... A conquista de qualquer um desses títulos demanda qualidades e habilidades especiais, muito estudo e empenho (às vezes até muitos sacrifícios).

Temos, é verdade, muitas semelhanças, quando a comparação é feita no nível da qualificação. Porém, no exercício das profissões e no comportamento empresarial de cada grupo as diferenças aparecem e são enormes. Neste texto concentramos nossas reflexões sobre a formação dos profissionais de Engenharia. No entanto, nossa experiência e a convivência com milhares de arquitetos e agrônomos dos mais distantes lugares do Brasil nos permitem acreditar que os conceitos podem se estender sem problemas também para esses profissionais. Voltemos no tempo.

Voltemos ao tempo em que essa pessoa (que hoje é um engenheiro) tinha seus quinze, dezesseis anos, um ou dois anos antes do vestibular. Esse moço ou essa moça é, muito provavelmente, um dos melhores alunos da sua sala (talvez da escola). É um expoente estudantil, requisitado pelos colegas, elogiado pelos professores, respeitado pelos pais (de quem é motivo de muito orgulho) valorizado pelos parentes, pelos vizinhos, admirado pelas garotas (ou garotos).

Comparemos nosso amiguinho com o estudante de quinze ou dezesseis anos que virá a ser médico, dentista ou advogado.

Veremos quase nenhuma diferença.

É isso mesmo. Na origem, são todos iguais. Têm o mesmo perfil, a mesma história, o mesmo rendimento. Todos são brilhantes e bem sucedidos.

Vem o vestibular. Ingressa, cada qual, na faculdade que escolheu... E é aí que as diferenças começam a aparecer. Os estudantes de medicina e de odontologia são enquadrados em um ambiente novo, com pessoas que se vestem de uma maneira diferente, se comportam de uma maneira diferente e que estabelecem uma identidade visual (e, por decorrência, uma identidade psicológica) com a atividade profissional que irão exercer alguns anos depois.

Os estudantes de direito, já nos primeiros meses de escola convivem com professores que vêm para as aulas de terno, gravata, sapato social, barba feita ou bem cuidada. E o mais interessante: aqueles senhores e senhoras respeitáveis, bem vestidos e de fina educação (os professores), tratam os seus alunos por “senhor” ou “senhora”, com toda a fineza e educação que a prática profissional recomenda. E estimulam seus alunos a acreditar e se convencerem de que são superiores. Que estão se preparando para “falar com o Estado” (privilégio que não é concedido a nenhum outro profissional...). Enfim, aprendem que precisam respeitar os outros, mas aprendem, antes de tudo, que precisam exigir respeito para si.

Nos últimos anos de faculdade, estudantes de odontologia e medicina já se vestem como se médicos ou dentistas fossem. Freqüentam clínicas e atuam como profissionais na área da saúde. Assumem, enfim, um ou dois anos antes de terminada a faculdade, todo um comportamento típico de médico. De dentista.

Os estudantes de Direito, por sua vez, a partir da Segunda metade do curso, já se vestem como advogados (roupa social, sapato, eventualmente gravata e um terno ou blazer...). Mantém com os seus professores e com os seus colegas um comportamento e um vocabulário apropriados para as lides jurídicas. E, o mais importante: são tratados, pelos seus professores, como Doutor. (Dr. Fulano, termine seu relatório até a próxima aula. Dr. Sicrano, esteja preparado para a prova final, na sexta-feira.). Apesar de ainda não terem concluído o curso.

Os estudantes de engenharia, ao contrário, a partir do início do curso, a única diferença que eles conseguem perceber na faculdade, em relação ao ensino médio é o grau de dificuldade (que simplesmente quintuplica!).

Não existe nenhum estímulo a um comportamento novo, nenhuma referência, um exemplo positivo de comportamento. Nenhuma motivação para um desenvolvimento psicológico alternativo. Nenhum elemento que interfira na formação do profissional do ponto de vista da sua imagem física composta de aspectos visuais e comportamentais. A vida social, no ambiente da faculdade, é muito restrita, quando não inexistente.

Além do mais, a faculdade entra na vida desses jovens como um elemento de ruptura. Os alunos são colocados em uma condição a que eles não estavam acostumados. Estavam acostumados a tirar notas máximas com a maior facilidade e, de repente, passam a sofrer e ter grandes dificuldades para obter notas mínimas ou médias. Deixam de ser respeitados pelos seus professores que se tornam distantes e autoritários e perdem a admiração dos colegas que estão todos desesperados tentando se salvar de uma coisa que ainda não estão entendendo direito.

Não que as faculdades de medicina, direito ou odontologia sejam fáceis. Ocorre que lá os estudantes têm compensações psicológicas que os estudantes de engenharia não têm. Essas faculdades, por diversos mecanismos, inexistentes nas escolas de engenharia, dão continuidade ao amadurecimento psicológico e social do futuro profissional. E, com isto, mantêm em alta a motivação e auto-estima dos seus estudantes.

Na engenharia não existe nenhum processo de acompanhamento psicológico para aquele estudante desesperado que teve a sua carreira de sucesso estudantil subitamente interrompida (mesmo os alunos que continuam conquistando notas altas, acabam sentindo a falta do aplauso dos colegas, do respeito dos professores e da admiração coletiva). E não existe ninguém para explicar o que está acontecendo. Ninguém para dizer a este estudante que ele não é tão inepto ou incapaz como, algumas vezes os professores parecem querer provar.

É quase geral, por parte dos professores, nas escolas de engenharia, a manifestação desnecessária de superioridade intelectual, o exercício gratuito de poder e o terrorismo psicológico.

E o estudante, que entrou na faculdade no auge positivo da auto-estima, vai recebendo, ao longo de cinco anos, das mais variadas formas, uma única mensagem: “Você não é tão bom quanto você pensava que fosse !”.

Ao contrário dos estudantes de direito, medicina ou odontologia, que têm como professores, profissionais que atuam no dia-a-dia de suas atividades, os estudantes de engenharia passam cinco anos submetidos aos rigores (e, em alguns casos, caprichos) de engenheiros que não atuam, profissionalmente, como engenheiros e sim como professores, e que, portanto, não têm a vivência da atividade profissional e não têm a ciência ou a consciência das relações comerciais que vão definir o sucesso ou o fracasso dos profissionais que eles estão formando.

Como resultado disso, ao final de cinco anos, o estudante de engenharia se transforma em um engenheiro. E este engenheiro é completamente desprovido de auto-estima, de respeito próprio, de prazer profissional ou de consciência de mercado. Na metade do último semestre da faculdade, dois meses antes de receber o diploma e ser entregue aos leões do mercado, o estudante de engenharia ainda é tratado como mero es-tu-dan-te.

Em momento algum, durante a faculdade, o estudante de engenharia é tratado como engenheiro, em momento algum, durante esses cinco anos, a escola propicia a percepção da mudança de condição de estudante para a condição de profissional.

Estudantes de direito, medicina e odontologia, ao contrário, muito antes do fim da faculdade já têm uma noção razoavelmente clara das dificuldades do exercício profissional que eles irão enfrentar. Com isso vão desenvolvendo mecanismos psicológicos de defesa e saem da faculdade com maior grau de segurança. Entram no mercado profissional de cabeça erguida, com uma consciência de valor. E com todo o processo de construção da imagem profissional em andamento. Estudantes de engenharia não são estimulados a se vestir bem, nem a ter preocupações com técnicas de comunicação ou relacionamento social ou de exercício intelectual não linear. Com isso acabam não desenvolvendo habilidades gerenciais ou de relacionamento com o mercado.

Esta é uma das razões pelas quais as organizações de engenharia são, quase sempre, extremamente burocráticas e conservadoras.

Engenheiros (ao contrário de advogados, médicos e dentistas) não comandam seu ambiente de trabalho. Por mais que detenham o conhecimento e a técnica, os engenheiros são, via de regra, pouco influentes em relação ao produto final, seja uma construção, uma instalação, um empreendimento complexo ou um processo produtivo.

O mais lamentável é que os engenheiros, via de regra, só vão perceber os resultados da negligência com a imagem física, a comunicação não-verbal e o comportamento no mercado, depois de já terem acumulado muitas perdas desnecessárias (algumas das quais, infelizmente, irreversíveis).

E qual é a utilidade desse discurso? Qual a importância de se colocar este tema no papel? Porque tornar pública esta opinião, que, com certeza aborrecerá alguns segmentos? Ninguém é ingênuo a ponto de acreditar que a simples leitura deste ensaio leve um diretor de escola de engenharia, um professor, um estudante ou um profissional de engenharia a alterar o seu comportamento. O que se espera é que essas pessoas, a quem o texto é dedicado, tenham um momento de reflexão. E que a esse momento de reflexão se siga uma atitude. E que essa atitude tenha como objetivo dar um futuro melhor para a engenharia no Brasil.

A engenharia depende dos engenheiros. E os engenheiros começam a ser formados aos quinze ou dezesseis anos, ainda no ensino médio.

Eu ainda acho, como sempre achei, que o conhecimento científico que é transmitido aos estudantes durante a faculdade de engenharia é fundamental. E que o valor da engenharia está sustentado na capacidade intelectual e técnica dos seus profissionais.

No entanto, vejo como importantíssima uma nova visão, nesse processo de formação do engenheiro, que leve em consideração todo o relacionamento social dos estudantes entre si e com os seus professores. É importante que, aos estudantes, seja transmitida uma visão mais clara das relações comerciais que eles enfrentarão na vida profissional, seja na condição de profissionais autônomos, empresários ou empregados em alguma empresa.

Em qualquer um desses casos as relações sociais são elementos definitivos para o sucesso. É um “detalhe” que faz toda a diferença.

O estudante chega ao curso de Engenharia cheio de sonhos com a auto-estima elevada, transpirando confiança e auto-respeito. É muito triste que, dez ou quinze anos depois esse potencial tenha se transformado em um sujeito cabisbaixo, sem consciência de valor, destituído de auto-estima e respeito próprio. Abrindo mão da sua natural vocação de agente do desenvolvimento para ser mero instrumento de trabalho para terceiros.

Na Escola de Engenharia o engenheiro precisa ser “construído” para ser um vencedor. Precisa ser estimulado a acreditar no seu potencial. Confiar na sua inteligência. E, acima de tudo, precisa aprender a importância de manter a cabeça erguida.

)()()( fim do copy/cola )()()(

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Superiores da Engenharia

Recebi um e-mail de uma leitora do blog com o link para uma música sobre engenharia, feita, salvo engano, pelo pessoal da UFRJ. Não consegui abrir o link.
Depois, fazendo uma pesquisa no google, achei por acaso uma música, que não sei se é a mesma.
Não gosto muito de funk, mas o que vale é a intenção. A letra é legal.

MC Borr - Superiores da Engenharia



P.S.: De acordo com um comentário, a música é de estudantes da UERJ.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Engenharia em 3 anos

Como faço quase sempre que estou na frente do computador e sem nada melhor pra fazer... eu estava passeando pelo orkut e vi numa comunidade, que não lembro o nome agora (eu vi isso ontem), um tópico de um cara que diz que assistiu a uma palestra (ou alguma coisa assim) em que o palestrante dizia que a engenharia no Brasil poderia passar a ser um curso de 3 anos porque na Europa é assim. Se a história que ele conta é verdade eu não sei.

Não tive paciência de ler todas as postagens do tópico, mas vou falar aqui o que penso.
Engenharia não pode ser um curso de 3 anos, não tem condições. Eu, que estou cursando a de 5 anos, não sei se vou sair da faculdade um bom profissional. Já penso nos cursos de aperfeiçoamento que vou fazer depois de me formar: pós, mestrado, doutorado, etc.

Antes de ver esse tópico eu já me perguntava se 5 anos é tempo suficiente pra aprender todas essas coisas. Eu sei que a gente sofre demais, mas nós somos engenheiros! Nós construimos o mundo de todos! Nós construimos casas, prédios, somos responsáveis pela composição química de alimentos, buscamos desenvolver novos materiais, inventamos coisas, somos responsáveis pelo avanço do mundo... todo o mundo depende de nós, engenheiros.

Não tem como desenvolver tantos conhecimentos em tão pouco tempo. O que vão fazer, comprimir todos os cálculos em um único ou dois? Diminuir ainda mais a carga horária de matérias importantes na nossa formação? Vão passar a ensinar limite, derivada e integral na escola? Sei lá, na minha opinião isso não é possível. Não no Brasil.

Outra coisa que me deixa indignado é: pô, eu estudo pra caralho, passo 5 anos sofrendo, agonizando dentro da faculdade. Então, depois que eu me formo, alguém muda tudo e o curso passa a ter 3 anos. Depois, um cara desses, que sofreu 2 anos a menos que eu, se forma e ganha o mesmo salário. rsrsr

É foda, mas a vida é assim.

Abraços